Introdução
Quando uma pessoa falece sem deixar testamento, seus bens são distribuídos conforme as regras da sucessão legítima, estabelecidas pelo Código Civil brasileiro. Esse processo visa garantir que os bens sejam destinados aos herdeiros legais, seguindo uma ordem de prioridade definida por lei.
O Que É Sucessão Legítima?
A sucessão legítima ocorre na ausência de testamento. Nessa situação, a lei determina quem são os herdeiros e como os bens devem ser divididos. A ordem de vocação hereditária, conforme o artigo 1.829 do Código Civil, é a seguinte:
- Descendentes (filhos, netos) em concorrência com o cônjuge sobrevivente;
- Ascendentes (pais, avós) em concorrência com o cônjuge sobrevivente;
- Cônjuge sobrevivente, na ausência de descendentes e ascendentes;
- Colaterais até o quarto grau (irmãos, tios, sobrinhos);
- Estado, na ausência de herdeiros.
📎 Referência: Código Civil Brasileiro – Art. 1.829
Exemplos Práticos
Exemplo 1:
João faleceu sem deixar testamento. Ele era casado em regime de comunhão parcial de bens e deixou dois filhos. Os bens adquiridos durante o casamento são divididos da seguinte forma:
- 50% dos bens comuns pertencem à esposa (meação);
- Os 50% restantes são divididos igualmente entre a esposa e os dois filhos, ou seja, cada um recebe 1/3 dessa parte.
Exemplo 2:
Maria faleceu sem filhos, mas deixou seus pais vivos e era casada em regime de separação total de bens. Nesse caso:
- A herança é dividida igualmente entre os pais e o cônjuge sobrevivente, cada um recebendo 1/3 dos bens.
Inventário: Judicial ou Extrajudicial?
A partilha dos bens pode ser realizada por meio de inventário judicial ou extrajudicial:
- Inventário Judicial: Necessário quando há herdeiros menores ou incapazes, ou quando há discordância entre os herdeiros.
- Inventário Extrajudicial: Possível quando todos os herdeiros são maiores e capazes, e há consenso sobre a divisão dos bens.
Conclusão
Entender as regras da sucessão legítima é fundamental para garantir uma partilha justa e evitar conflitos familiares. Em casos complexos, é recomendável buscar a orientação de um advogado especializado em direito sucessório para conduzir o processo de forma adequada.
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